terça-feira, 10 de julho de 2012

"Home" - O Mundo e a nossa casa

Hoje, mais do que nunca, num mundo globalizado em constante mutação, é urgente fazer face a novos desafios.
A mundialização da economia, a evolução demográfica, a precariedade dos povos, as graves alterações climatéricas, o aprovisionamento energético ou ainda as novas ameaças que pesam sobre a segurança são alguns dos desafios com que a globalização se  confronta.
Ao ver o filme, brotou em mim um misto de sentimentos em contraste com a inacreditável realidade, constatei que o nosso planeta era espetacular e este documentário ofereceu-me uma visão magnifica do quanto ele era sublime.
Em contrapartida, chocou-me de sobremaneira…
É inclassificável como o homem foi destruindo de forma abusiva e calculista, todos os recursos naturais que o planeta gratuitamente oferecia para a sua subsistência e realização pessoal.
Em 200 mil anos na Terra, a humanidade tem transtornado o equilíbrio do planeta, fixado por quase 4 biliões de anos de evolução.
A primeira centelha de vida surgiu através das arquibactérias.
Foi deveras emocionante contextualizar a formação da Terra, como ela própria se deu forma, a vida, o aparecimento do Homem, a agricultura…
O motor da vida é a auto ligação, nada funciona ao acaso, o planeta depende do equilíbrio, da harmonia, entre todos os seus constituintes.
O ciclo de vida nunca se quebra.
As árvores desafiam a gravidade, imponentes, os solos vão-se formando e são fábricas da biodiversidade.
A terra é um milagre da vida e a vida  continua a ser um mistério…
Formaram-se famílias de animais que sobrevivem, alguns adaptam-se reciprocamente aos solos.
É simplesmente fantástico!
Todas as espécies têm um lugar, nenhuma é fútil.
Neste legado de quase 4 biliões de anos e apesar da sua vulnerabilidade, os humanos conquistaram e evoluíram como nenhuma outra espécie.
Deixaram de depender da caça para sobreviver, construíram canoas, transformaram-se em navegadores, fixaram-se nas margens costeiras a maior parte da população.
Cresceram as cidades para se defenderem, com facilidade tornaram-se seres sociais, a pouca energia era a força dos seus braços e assim viveram milhões de anos.
A evocação é um privilégio raro, a terra alimenta, tudo provém da terra… e as cidades mudaram a natureza abruptamente.
Os bens mudam de mãos, assim como as ideias, tentam alargar os horizontes mas, inebriados pela ganância ocultam os seus limites.
A agricultura deu uma reviravolta na sociedade.
Resultaram os primeiros excedentes, aprenderam a aumentar a produção, que consequentemente aboliu a dependência dos solos e as estacões.
O petróleo trouxe conforto exacerbado, originando o poder desenfreado e subitamente a terra muda, cada vez mais e maiores construções, por exemplo: no Dubai o impossível torna-se possível, podemos observar as maiores construções, com poucos recursos naturais, sugámos tremendamente a natureza que a deixamos vazia e despida.
Foi pavoroso verificar que no Haiti, um dos países mais pobres do mundo a erosão é de tal forma acentuada que a natureza está com feridas expostas e a sangrar, deteriorando as qualidades dos solos.
As calotas de gelo estão a derreter assustadoramente nas regiões polares; na Gronelândia há cada vez mais icebergues; as terras baixas do planeta vão sendo ameaçadas e caminhamos literalmente para território desconhecido.
A água, o bem maior, começa a escassear e o consumo a aumentar.
As pescas estão reduzidas a menores quantidades de peixe, que não têm tempo para crescer.
As aves marinhas têm que se deslocar cada vez mais, para encontrar alimento, visto os mares estarem desprovidos de peixe.
Esquecemo-nos de que os recursos são escassos e que a água fóssil é um recurso não renovável, que permite cultivar no deserto.
Lamentavelmente a água outrora abundante do Rio Jordão não passa de um riacho de salinidade, o Mar Morto está a aumentar, mas não de forma natural estes são exemplos de locais bonitos mas estéreis!
É dramático a Índia, um país emergente, estar em risco de falta de água.
Os pântanos representam 6% do planeta, a diversidade de espécies é única, os charcos são ambientes indispensáveis para a renovação da água.
Uma floresta não substitui outra floresta, elas armazenam carbono, as árvores exalam a água subterrânea e somos tão negligentes que devastámos milhares de hectares de florestas em detrimento do consumo e de riquezas.
É desolador constatar que 200 mil anos de História foram adulterados em pouquíssimos anos, molécula a molécula perturbamos o equilíbrio natural da terra, criámos fenómenos que não podemos controlar, estes são reflexos do nosso comportamento terrível e do egoísmo das nações, é necessário parar de furar a terra e olhar para o céu.
É urgente consciencializarmo-nos de maneira a ver os problemas que estamos a enfrentar e colaborar da melhor forma possível para mudar paradigmas impostos pela sociedade capitalista e interiorizados por cada um de nós.
Devemos ser unânimes em esquecer diferenças, destruir barreiras e certos conceitos, por forma a reconstruir o mundo, nestes últimos 10 anos de ainda possível conversão.

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